"Aconteceu
que, ao apertá-lo a multidão para ouvir a palavra de Deus, estava
ele junto ao lago de Genesaré; e viu dois barcos junto à praia
do lago; mas os pescadores, havendo desembarcado, lavavam as redes. Entrando
em um dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco
da praia; e, assentando-se, ensinava do barco as multidões. Quando acabou
de falar, disse a Simão: Faze-te ao largo, e lançai as vossas
redes para pescar. Respondeu-lhe Simão: Mestre, havendo trabalhado toda
a noite, nada apanhamos, mas sob a tua palavra lançarei as redes. Isto
fazendo, apanharam grande quantidade de peixes; e rompiam-se-lhes as redes.
Então, fizeram sinais aos companheiros do outro barco, para que fossem
ajudá-los. E foram e encheram ambos os barcos, a ponto de quase irem
a pique... Disse Jesus a Simão: Não temas; doravante serás
pescador de homens" (Lucas 5.1-7 e 10).
A tarefa prioritária
da Igreja e de seus membros é ganhar pessoas para Jesus, pregar o Evangelho,
envolver-se com a obra missionária. Qualquer outra atividade pode ser
interessante ou importante, mas deve sempre ter posição secundária
em relação a essa tarefa principal. O mais importante é
que a Igreja de Jesus cresça, de modo que o Senhor, como recompensa pelo
Seu sofrimento, possa a cada dia acrescentar à Sua Igreja os que forem
sendo salvos, para que se complete a plenitude dos gentios (Rm 11.25). Alguém
disse certa vez: "Aquilo que é bom é inimigo do que é
melhor". Portanto, não devemos gastar nosso tempo com a coisas que
nos parecem boas, esquecendo o que realmente é o mais importante, o que
é prioritário aos olhos de Deus.
Precisamos
sentir um peso no coração!
"Aconteceu
que, ao apertá-lo a multidão para ouvir a Palavra de Deus, estava
ele junto ao lago de Genesaré; e viu dois barcos junto à beira
do lago..." (Lc 5.1-2). Quando o Senhor Jesus viu a multidão
que O apertava para ouvir a Palavra de Deus, Ele ficou profundamente comovido.
Por isso Ele buscou imediatamente uma maneira de transmitir-lhe a Palavra, olhando
em volta à procura de um barco.
Ainda percebemos
que sempre há um "aconteceu que"? Ainda notamos as oportunidades?
Será que estamos atentos quando algo acontece, quando surge uma situação
que pode dar a chance de falar de Jesus? Quantas possibilidades de alcançar
as pessoas com o Evangelho de Jesus surgem em um único dia! Por exemplo,
ao distribuirmos um folheto, ao fazermos uma visita, durante um encontro na
rua, no ônibus, etc. A Bíblia Viva diz: "Ele me faz andar
pelo caminho certo para mostrar a todos quão grande Ele é"
(Sl 23.3). "Aconteceu que..." Esses são momentos
especiais preparados por Deus para falarmos do Seu amor às pessoas. Às
vezes nem é necessário muita coisa para transmitir alívio
e ânimo ao nosso próximo: "O olhar do amigo alegra o coração;
as boas-novas fortalecem até os ossos" (Pv 15.30).
Será
que estamos à procura de oportunidades para levar a mensagem libertadora
do Evangelho de Jesus Cristo aos que nos cercam? Sentimos a nossa responsabilidade
neste sentido? Ainda somos impelidos a clamar de joelhos, com fé, a implorar
ao Senhor Todo-Poderoso pelas pessoas em nossas famílias, em nossa vizinhança,
a orar pelos nossos colegas de trabalho e de aula, intercedendo para que se
convertam?
Quando o Senhor
Jesus Se encontrava às margens do lago de Genesaré, as pessoas
O escutavam com muita atenção: "...ao apertá-lo
a multidão para ouvir a palavra de Deus..." Entretanto, não
apenas naquela época, mas também hoje – quando a vinda de Jesus
está próxima – o tempo continua sendo de colheita: ainda hoje
as pessoas têm fome de ouvir a Palavra do Senhor. De modo nenhum devemos
pensar que as pessoas não querem mais saber da Palavra de Deus. Em nossos
dias, quando as atenções são absorvidas pelos meios de
comunicação e pelos mais diversos tipos de lazer, deveríamos
mesmo assim ver nas pessoas ao nosso redor uma multidão que se aperta
para ouvir a Palavra de Deus. Pois os homens têm em si a busca pela verdade
e pela paz completa. Por isso, todos são impelidos, consciente ou inconscientemente,
em direção a Jesus, que é a verdade e quer tornar-se a
nossa paz (Jo 14.6; Ef 2.14). Ainda estamos conscientes de que qualquer pessoa
em toda a terra necessita de Jesus porque – sem Jesus – está perdida
em seus pecados não perdoados?! O fato de que hoje em dia um incontável
número de pessoas busca tantas correntes religiosas e filosóficas,
é apenas mais uma prova de que elas anseiam ouvir a verdade em algum
lugar. E justamente para isso é que Jesus quer usar-nos!
O
Senhor procura por pessoas dispostas
Em Lucas 5.1-3
lemos: "...estava ele junto ao lago de Genesaré; e viu dois barcos
junto à praia do lago; mas os pescadores, havendo desembarcado, lavavam
as redes. Entrando em um dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que
o afastassem um pouco da praia; e, assentando-se, ensinava do barco as multidões."
Para cumprir a Sua tarefa de salvar os perdidos, o Senhor quer usar pessoas
que já foram salvas por Ele. Naquele tempo Ele estava junto ao lago para
dar o pão da vida aos ansiosos e famintos. Ele usou homens e também
o barco de Pedro para levar a Sua Palavra às pessoas: "Entrando
em um dos barcos, que era o de Simão..."
Como o Senhor
quer usar-nos? Ele nos usa quando pode dispor daquilo que nos pertence. Jesus
entrou "...em um dos barcos, que era o de Simão...",
mas então "pediu-lhe que o afastassem um pouco da praia."
Ele quer usar toda a nossa vida – com tudo que somos e tudo que temos – em Sua
causa, para que pessoas perdidas sejam eternamente salvas.
Mas Ele não
obriga ninguém a dar-Lhe qualquer coisa. Ele apela à nossa vontade
livre. Onde consegue ser ouvido, onde pessoas atendem aos Seus pedidos, outros
passam a ser ricamente abençoados, e os próprios doadores voluntários
terão superabundância. Cada um de nós é, individualmente,
um desses pequenos barquinhos que o Senhor da seara quer usar.
Olhando
para o que realmente importa
Está
escrito: "...mas os pescadores, havendo desembarcado, lavavam as redes.
Entrando em um dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse
um pouco da praia; e, assentando-se, ensinava do barco as multidões"
(Lc 5.2-3). Esses pescadores estavam ocupados com suas atividades do dia-a-dia,
eles estavam realizando uma tarefa necessária, pois "lavavam
as redes." Isso faz parte do trabalho de um bom pescador. Apesar disso,
o Senhor Jesus tirou-os desse trabalho necessário e fez com que seus
olhares se voltassem para um trabalho muito mais importante.
Às vezes
Jesus quer arrancar-nos das circunstâncias normais da vida para usar-nos
em Sua causa. Freqüentemente ficamos envolvidos pela rotina do cotidiano,
preocupamo-nos com a infra-estrutura das nossas vidas e temos à nossa
frente uma lista do que precisa ser feito "sem falta". Será
que Jesus pode frustrar nossos planos e fazer-nos parar, tirar-nos do trabalho
costumeiro e colocar-nos numa atividade que é a mais importante para
Ele? Talvez, justamente neste momento, a irmã deveria visitar sua vizinha
e deixar para outra oportunidade o trabalho de passar roupa? Pode ser também
que em algum momento do dia você tenha a impressão que deve interceder
por esta ou aquela pessoa. Então deixe o trabalho, e ore! Será
que aceitamos essas interrupções que o Senhor coloca em nossas
vidas? Ou fazemos o nosso devocional durante um certo período pela manhã,
e depois nenhuma atividade para o Senhor cabe mais em nossa agenda?
Escutar a voz
do Senhor e obedecer freqüentemente é mais frutífero do que
todo o nosso trabalho. Pedindo a Pedro que "afastasse [o barco]
um pouco da praia", Jesus tirou também os outros discípulos
do seu trabalho de lavar as redes e eles tiveram que voltar ao barco.
Comunhão
pessoal com Jesus
Antes que o
Senhor Jesus alcançasse a multidão, Ele "entrou em um
dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco da
praia." O período que Pedro gastou afastando-se com Jesus da
praia foi um tempo em que ele esteve a sós com Jesus. Isso foi extremamente
importante para ele.
Também
para nós esses momentos têm o maior significado. Estar a sós
com Jesus, "um pouco afastados da praia", a hora silenciosa com o
Senhor, não é o cumprimento de um dever, mas algo necessário
para podermos respirar espiritualmente. Esses são os períodos
mais frutíferos para nós, pois eles permitem que alcancemos outras
pessoas com a mensagem da salvação e passemos adiante as bênçãos
recebidas.
Indo
mais longe
Depois que
Jesus havia ensinado a multidão que estava às margens do lago,
"disse a Simão: Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes
para pescar. Respondeu-lhe Simão: Mestre, havendo trabalhado toda a noite,
nada apanhamos, mas sob a tua palavra lançarei as redes. Isto fazendo,
apanharam grande quantidade de peixes; e rompiam-se-lhes as redes" (Lc
5.4-6).
A ordem do
Senhor a Pedro: "Faze-te ao largo", aparece na Bíblia
Viva como: "Agora saiam mais para o fundo". O Senhor está
interessado em ampliar as fronteiras, em expandir sempre mais o Evangelho. Precisamos
pensar em alcançar cada vez mais pessoas, não devemos deixar de
remar, de avançar mais para o fundo no mar das nações.
Temos que parar somente onde o Senhor mandar fazê-lo, e ali devemos lançar
as redes.
Não
deveríamos poupar esforços no sentido de continuar procurando
oportunidades para cumprir a tarefa prioritária da Igreja de Jesus. Mas
isso também exige confiança total nas promessas da Bíblia.
Confiança
inabalável em Jesus
"Respondeu-lhe
Simão: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos, mas sob
a tua palavra lançarei as redes" (Lc 5.5). Pedro superou todas
as objeções humanas, todos os argumentos racionais, e até
sua própria experiência, dizendo: "...mas sob a tua palavra
lançarei as redes." Existem milhares de argumentos, sentimentos,
razões e conselhos humanos que poderiam nos deter, que nos dizem que
basta, que nos aconselham a não lançar as redes e a ficarmos acomodados.
Podemos pensar: não faz sentido continuar orando por esta ou aquela pessoa,
– pois parece que sua vida fica cada vez pior! Mas, apesar de tudo, há
um argumento decisivo para avançar e tentar alcançar ainda mais
pessoas, e este argumento é a Palavra de Deus – que nos ordena que devemos
ir. Jesus prometeu: "Toda a autoridade me foi dada no céu e na
terra. Ide, portanto... pregai o evangelho a toda criatura... E eis que estou
convosco todos os dias até à consumação do século"
(Mt 28.18-19; Mc 16.15; Mt 28.20). "Porque a Tua palavra o diz, Senhor,
eu oro. Sob a Tua palavra, eu vou, pois não tenho outra coisa em que
possa confiar. Pessoas nos decepcionam, mas sob as ordens da Tua palavra eu
obedeço e vou!"
Pedro ousou
confiar na palavra de Jesus. Ele lançou as redes e não se arrependeu:
"Isto fazendo, apanharam grande quantidade de peixes; e rompiam-se-lhes
as redes... Disse Jesus a Simão: Não temas; doravante serás
pescador de homens" (Lc 5.6 e 10).
Até
que amadureça em um coração a firme convicção
de não mais olhar para a esquerda ou para a direita, mas de simplesmente
agir sob a palavra de Jesus, é preciso ter fé. Deus não
apela às nossas emoções, nem à nossa imaginação,
Ele apela à nossa vontade. A respeito disso li recentemente:
"Eu
gostaria" – "Logo farei" – "Estou fazendo"
Essas
três expressões representam três tipos de pessoas. Não
é difícil adivinhar para quem valem as promessas divinas e quem
será bem-sucedido em sua vida de fé.
"Eu
gostaria" – Quem se expressa assim, mostra saber que sua vida não
está em ordem, demonstra que tem anseios de viver "outra vida",
gostaria de deixar de lado todas as dúvidas e inverdades, mas não
consegue tomar uma decisão clara. Tais pessoas não querem realmente.
Elas ficam desejando mudar sem conseguir sair de sua situação.
"Logo
farei" – Há o reconhecimento de que não se pode continuar
do mesmo modo, é preciso deixar a indefinição de lado,
toma-se uma decisão – mas ela fica para depois. Não se ousa executá-la,
procura-se uma maior certeza. Tais pessoas "consolam" a si mesmas
e às outras com promessas, mas não avançam, e finalmente
são infelizes por não alcançarem o objetivo.
Ao
contrário, quem diz "estou fazendo" não fica só
nos desejos e anseios, mas toma uma decisão firme e dá passos
concretos.
Foi
o que Pedro fez quando Jesus colocou-o diante da decisão. Primeiro ele
pronunciou o grande "mas" de sua vida, porém, depois foi: "...mas
sob a tua palavra lançarei as redes." Milhões de pessoas
já seguiram as ordens de Jesus – quanto antes nós também
o fizermos corajosamente, tanto antes Ele poderá receber-nos em Sua comunhão
e usar-nos em Seu serviço.
Jesus
espera por estas duas pequenas palavras em nossa vida – agora e sempre: "estou
fazendo..."
Tornemo-nos
pessoas que, "sob a Sua palavra", deixam-se chamar para a amplitude
e a profundeza das possibilidades de Deus! Somente quando damos passos firmes
"sob a Sua palavra" tornamo-nos verdadeiramente pescadores de homens!
Um
pescador...
Um
pescador conhece os peixes
Ele sabe em
que águas se encontram, ele conhece seus hábitos, ele sabe onde
se escondem. Alguns se encontram em águas profundas, outros em águas
rasas. Alguns nadam sozinhos, outros em cardumes.
Um
pescador conhece as épocas
Ele sabe quando
é hora de sair para a pesca e quando deve esperar. Nem toda hora é
hora de pescar. Há horários em que é inútil lançar
a rede. Há horários em que os peixes vêm por si mesmos.
Por isso o pescador precisa saber e observar a hora certa para pescar.
Um
pescador conhece os seus instrumentos de trabalho
Existem diferentes
maneiras de pescar, que exigem apetrechos diferentes. Para certos tipos de peixes
usa-se o caniço, enquanto outros são pescados com redes. Um pescador
decide se vai levar o anzol ou o arpão para pescar. E ele sabe lidar
com todos estes apetrechos e instrumentos.
Um
pescador não deve ser visto
Ele não
deve chamar a atenção. Ele não faz barulho ou movimentos
bruscos. Ele não agita a água. Nem a sua sombra deve projetar-se
na água. Um pescador não deve expor-se em seu trabalho. O importante
não é o próprio pescador, mas o que ele faz. (Norbert
Lieth - http://www.chamada.com.br)
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