Posted: 26 Jun 2011 01:35 AM PDT
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Diversos
movimentos pentecostais têm surgido ao longo dos anos. Portanto, é
preciso saber distinguir o verdadeiro do falso pentecostalismo. O
conhecido movimento denominado neopentecostal surgiu nos meados do
século XX. O neopentecostalismo se propôs a dinamizar as práticas
litúrgicas, a cristologia, a eclesiologia e a prática hermenêutica. No
que diz respeito à prática litúrgica, o neopentecostalismo apresenta um
problema dos mais graves. Em seus cultos, as campanhas de cura,
prosperidade material, saúde e revelação têm proeminência. A preocupação
maior não é a glória de Deus, mas as necessidades humanas focadas por
uma ótica hedonista.
O
slogan das igrejas neopentecostais é: “Você nasceu para vencer”. É uma
frase elegante e até estimula nossa vida diária, mas está
teologicamente errada. Nós não nascemos para vencer. Nascemos para
servir e glorificar a Deus. Nascemos para viver com Deus e para Deus. O
alvo da nossa vida como servos do Senhor, deve ser Deus e não nós
mesmos, e não nossos projetos pessoais. O crente verdadeiro tem um
único projeto: glorificar a Deus em sua vida com sofrimento ou sem
sofrimento, com revezes ou sem revezes. Os mártires da igreja se viam a
si mesmos como secundários e Deus como o prioritário, por isso
glorificaram a Deus em seus sofrimentos. Nos cultos neopentecostais o
homem é o foco, é a causa e a razão. O homem é o centro do culto e Deus
torna-se servo. A liturgia neopentecostal toma uma direção totalmente
horizontal. Um slogan bastante usado pelos líderes neopentecostais é:
“Aqui o milagre é coisa natural”. Ora, se é natural não é milagre.
Ademais, esses líderes esquecem que o culto deve expressar a natureza
espiritual da igreja e seu relacionamento com Deus.
A
liturgia de um culto deve enfatizar o senhorio de Jesus e não apenas
Jesus como provedor de necessidades humanas. O culto neopentecostal é
pobre de Bíblia. A Bíblia não é central é periférica. As pregações são
cheias de chavões positivos do tipo: “Deus tem uma vitória para você
nesta noite”, “O gigante será derrotado nesse culto”, “Use a fé e
prospere”. Enfim, é uma epidemia de confissões positiva e pouquíssima
Bíblia. Dificilmente se ouvirá uma mensagem sobre perdão de pecados, a
necessidade de arrependimento, vida de renúncia e a volta de Jesus nos
púlpitos neopentecostais.
Os
sermões neopentecostais mostram um Jesus fraco e demônios fortes.
Mostram um Jesus que salva, mas não tem poder para encher a vida da
pessoa. Tanto isso é verdade que na visão neopentecostal o crente
continua de quando em quando sendo possesso de demônios. Há uma
supervalorização dos demônios chegando às raias do ridículo: “Comece a
se manifestar pomba gira”, “Manifeste-se exu tranca-rua” são frases que
saem da boca dos gurus neopentecostais.
O
clima de um culto neopentecostal é de lavagem cerebral pela técnica de
repetição de frases curtas: “Olhe para seu irmão e diga…” Não é um
clima de ensino e doutrina. A técnica é de manipulação e de
despersonalização. A letra dos cânticos nos cultos neopentecostais
expressa uma linguagem mística, e muitas vezes esotérica, sem abordar as
verdades fundamentais da teologia cristã. Os grandes temas da fé como a
salvação, a cruz, a redenção e a justificação não são mencionados nos
cânticos. A realidade é que se espremermos a maioria dos cânticos
neopentecostais não dá uma colher de sopa de doutrina. As letras das
músicas são guisados de Jacó que trazem malefícios à fé apostólica.
Falam de paz e amor para elevar o ego dos ouvintes. Quanto à cristologia
constata-se claramente que a pessoa de Jesus se esvanece no
neopentecostalismo.
O
Cristo dos neopentecostais é uma pessoa decorativa, é uma pálida
caricatura do Cristo do Novo Testamento, pois o nome de Jesus é mostrado
como se fosse uma senha para acessar o site das maravilhas e fazer o
download do milagre de que se necessita. O Jesus dos neopentecostais é
mostrado não como a segunda pessoa da trindade, mas como um mágico, um
talismã, um nome a manipular, um dístico. Tanto isso é verdade que a
ênfase teológica do neopentecostalismo não é cristológica, mas
pneumatológica, ou seja, a pessoa de Jesus é apagada e a ênfase é dada
ao Espírito Santo. Para os pastores neopentecostais, Cristo é o canal
para nos trazer o Espírito Santo, quando na verdade é o Espírito Santo
quem nos conduz a Cristo e que desvenda a pessoa de Cristo ao fiel.
Quando a cristologia é fraca a soberba do homem é grande. A palavra de
João Batista “Importa que Ele cresça e que eu diminua” não encontra
espaço no neopentecostalismo.
Os
líderes neopentecostais se vêem como mediadores entre Deus e os
homens. Sua palavra supera o valor das Escrituras. Eles disputam espaço
com Cristo. Eles gritam: “Eu senti no meu coração e pronto”, ou seja,
se sentiu no coração é verdade absoluta. Esquecem esses líderes que não
é que nós sentimos em nosso coração, é o que a Bíblia diz. Se
sentirmos de uma maneira, e a Bíblia disser de outra, nós é que estamos
equivocados, e não a Bíblia.
Os
crentes antigos oravam assim: “Senhor me esconde atrás da cruz de
Cristo”, os líderes neopentecostais trocaram a oração por: “Senhor
esconde a cruz de Cristo atrás de mim”. De acordo com as Escrituras o
verdadeiro pastor pregar a obra de Jesus, mas os pastores
neopentecostais completam a obra de Jesus, ou seja, Jesus só produz
efeito na vida de uma pessoa através da “oração forte” que eles fizerem.
Só eles têm poder sobre os demônios, só eles têm “a chave da oração
forte”. Eles são o Sumo-Sacerdote e Jesus é apenas um ente espiritual.
Nesse contexto, Jesus precisa ser reforçado pela “oração forte” de um
guru neopentecostal. O neopentecostalismo é maléfico, pois apresenta um
Evangelho descorado onde as visões e revelações estrambóticas é o
referencial para o crescimento espiritual.
Enfim, o neopentecostalismo é um desserviço ao Evangelho.
***
Fonte: [ Monergismo Calvinista ]
via [ Púlpito Cristão ] / [ Vozes da Reforma ]
Fonte: [ Monergismo Calvinista ]
via [ Púlpito Cristão ] / [ Vozes da Reforma ]
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